A crescente demanda por uma administração pública voltada para resultados, advinda de crenças e críticas ao setor no que tange a sua capacidade de cumprir metas e alcançar seus objetivos – junto à construção de uma percepção de ineficácia acerca dele -, produz novas exigências a respeito da gestão pública, reivindicando maior eficiência e produtividade em seus processos. Dessa forma, a fim de atender tais demandas, é fundamental aprimorar a gestão de seus recursos, principalmente em relação àquele que representa o maior patrimônio das organizações: o capital humano.

Os indivíduos, seus conhecimentos e habilidades estão diretamente relacionados à capacidade da organização de obter resultados e cumprir com o que foi planejado. Sendo assim, a melhoria da gestão de recursos humanos no setor público pode gerar diversos benefícios em seus processos e, assim, nos seus produtos. Porém, como descrito no texto “Particularidades do Emprego Público em Comparação com a Iniciativa Privada”, os cargos públicos possuem algumas características que tornam a sua gestão mais complexa, de certa forma.

Por conta do sistema de concurso e de nomeação para o recrutamento de funcionários, além de estruturas burocráticas, o emprego público acaba por apresentar certa inflexibilidade. Além disso, as trocas de gestão periódicas também dificultam a gestão de pessoas, considerando a permanência de cargos concursados, podendo acarretar em um desalinhamento de expectativas e propósitos entre a gestão e os servidores públicos, mal uso ou falta de aproveitamento do capital humano, dentre outros possíveis impasses.

É notável a preocupação, por parte do setor público, acerca dessas questões, observando a instituição de medidas como a avaliação de desempenho para os funcionários do setor, visando monitorar e controlar a sua produtividade – clique aqui para ler o texto referente a tais medidas. Entretanto, a análise de desempenho dos servidores públicos não é o suficiente para uma gestão de pessoas eficiente, ao passo que considera apenas os efeitos, em detrimento das causas. Com isso, manifesta-se a necessidade de utilização de outros métodos para possibilitar um melhor uso dos recursos humanos nas organizações, podendo ressaltar a Pesquisa de Clima Organizacional como uma ferramenta relevante.

O objetivo desta pesquisa refere-se à análise da situação organizacional no ambiente de trabalho em questão, para, a partir do seu entendimento, identificar possíveis melhorias que contribuam para um bom clima organizacional, elevando a satisfação dos colaboradores e propiciando um ambiente favorável ao trabalho. Tais fatores podem colaborar para um aumento na produtividade, à medida que permitem um maior alinhamento de objetivos, influenciam um maior engajamento por parte dos funcionários e solucionam diversos empecilhos, como a falta de comunicação interna, por exemplo. A elaboração da Pesquisa de Clima é dividida em três etapas principais: questionário, tabulação e análise de dados e elaboração de propostas.

1. Questionário: esta etapa é responsável pela identificação das necessidades da organização, assim como pelo conhecimento e entendimento de sua realidade. A coleta dessas informações é realizada através de conversas com funcionários e agentes da organização, e serão utilizadas para a elaboração de um questionário, que busca obter as informações relativas ao clima organizacional, pela perspectiva dos funcionários.

2. Tabulação e Análise de Dados: é a fase em que será realizado um diagnóstico a partir das informações coletadas no questionário. Para isso, todos os dados são tabulados e analisados estatisticamente, buscando identificar as disfunções presentes no ambiente de trabalho que dificultam o estabelecimento de um bom clima organizacional.

3. Elaboração de Propostas: a partir do diagnóstico realizado, são elaboradas propostas de melhoria, junto ao órgão público, visando resolver as questões apontadas pelos colaboradores, além daquelas identificadas como necessidades da organização durante a pesquisa.

Após a realização de todas as etapas, as propostas são apresentadas ao órgão, junto às informações coletadas ao longo da pesquisa, permitindo um entendimento completo da situação e da necessidade de implementação das melhorias. Por fim, cabe à organização pôr em prática o que foi proposto, a fim de solucionar os problemas identificados, contemplando e gerindo as necessidades de todos os agentes envolvidos e, assim, garantindo um bom clima organizacional.

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