Para discutirmos gestão de voluntariado devemos, anteriormente, pensar no significado de trabalho voluntário. A Lei 9.608 de 18/02/98 o definiu como uma atividade não remunerada prestada por uma pessoa física a alguma entidade visando atingir objetivos cívicos, de assistência, culturais, entre outros. Há, porém, uma definição globalizada de que trabalho voluntário é o exercício de cidadania, solidariedade e realização pessoal. Ambos sentidos exprimem ideia de coletividade e união com a finalidade de transformar a sociedade. Além dos voluntários serem de extrema importância para o Terceiro Setor por aproximar a sociedade da organização, o que permite que os serviços e programas tenham maior impacto, a inserção destas pessoas nas atividades da instituição renova o ambiente ao angariar novos saberes, conhecimento e talentos, levando a uma melhora de seus serviços e otimização de seus recursos materiais e humanos. Por conseguinte, entende-se que para uma organização aproveitar todas as oportunidades propiciadas pelo trabalho voluntariado, deve-se ter uma eficiente gestão de voluntariado. Para isso, segundo a consultora na área de Voluntariado, Silvia Naccache, é essencial que três práticas sejam seguidas: preparação dos voluntários, preparação da organização e preparação dos parceiros. A primeira prática, a preparação dos voluntários, está diretamente relacionada com a vontade de participar destes. Eles devem ser sensibilizados sobre a importância dos serviços e programas da instituição, assim como ser mobilizados para se engajarem nas atividades e ser conscientizados dos desafios que podem encontrar. Deve-se também transmitir a eles a relevância dos feedbacks, os quais são muito importantes para que os voluntários se sintam importantes na instituição e para que problemas sejam identificados e resolvidos. Além disso,
eles devem entender seus direitos e deveres, para que compreendam a situação em que se encontram. A segunda prática consiste na preparação da organização. Toda a empresa deve estar ciente do Programa de Voluntariado da instituição, assim como da legislação acerca do serviço voluntário. Deve-se buscar envolver todos os membros da empresa e conscientizá-los sobre os benefícios do serviço voluntário. Além disso, deve-se construir um Manual do Programa de Voluntariado, um Código de Ética e Conduta e um Regimento Interno. Já, a preparação dos parceiros, última prática que recomendamos neste texto, baseia-se na divulgação do programa de voluntariado pelas mídias e em espaços físicos. É interessante a
ajuda de outras organizações, indústria, comércios e grupos na publicidade do programa, para que atinja um público maior e tenha mais sucesso. Dessa forma, os parceiros devem ter conhecimento do programa e ser sensibilizados sobre as vantagens sociais deste. As práticas descritas acima ajudarão na concretização de uma eficiente gestão de voluntariado, pela qual os voluntários se manterão motivados e engajados, além de se
aproveitar a disposição dessas pessoas de modo mais eficiente pela orientação de suas atividades.

Comentários