Como falado no texto anterior acerca da importância de um Plano de Negócios para Organizações da Sociedade Civil, a Consultoria Júnior Pública trabalha com três realidades estruturais em seus projetos, sendo uma delas a realidade de organizações que estão em fase embrionária e devem ser estruturadas do zero.

O texto a seguir tem como intuito desenvolver aspectos fundamentais a serem abordados na realização de um Plano de Negócios que possui como intuito a criação de uma nova organização:

1. Definição do público-alvo e causa com os quais deseja-se trabalhar

O primeiro passo para se criar uma organização é ter-se bem definido qual o público-alvo e com qual causa deseja-se trabalhar. Caso o público-alvo esteja estabelecido, porém a causa não, indicam-se pesquisas tanto a dados secundários (vindos de fontes externas como por exemplo internet), quanto primários (busca por respostas a partir de pesquisas próprias, como por exemplo entrevistas com alguns especialistas no assunto), para que se entenda mais profundamente quais são as principais demandas do público em questão (por exemplo: existe o desejo de ajudar mulheres nas periferias de São Paulo, porém não se sabe quais as melhores formas de atendê-las). De forma semelhante, caso esteja estabelecida a causa com a qual deseja-se trabalhar, porém o público-alvo não, pesquisas como as citadas acima poderão ser feitas para que se entenda qual público possui a maior deficiência no âmbito determinado (por exemplo: existe o desejo de trabalhar com educação, mas não entende-se qual público mais carente em relação à causa).

2. Definição e estruturação das linhas de negócio e dos projetos:

As linhas de negócio são definidas como as frentes com as quais a organização irá atuar. Para que essas frentes sejam bem definidas, é interessante que sejam feitas algumas reflexões, como por exemplo: Como a organização enxerga o problema em questão hoje? Por que a organização deseja atuar com a causa e público-alvo definido? Onde a organização deseja chegar? Ao fim dessas reflexões,  é importante que a organização conclua como será a sua atuação, ou seja, qual será o estabelecimento das linhas de negócio. Para que, assim, posteriormente, elas possam estruturar os projetos dentro de cada uma destas linhas.

3. Definição da identidade organizacional

Deverá ser estabelecida a identidade organizacional da organização, ou seja, a missão, visão e valores que a guiarão. A missão da organização representa o que a organização é, a visão onde ela quer chegar e os valores qual o código de conduta que a organização deseja seguir.

Um exemplo de identidade organizacional para uma OSC que tem como escopo o fomento do esporte entre jovens das periferias da cidade de São Paulo, poderia ser:

  • Missão: “Estimular a prática esportiva entre jovens paulistanos a fim de contribuir para o desenvolvimento e autoestima destes, através de atividades esportivas semanais.”
  • Visão: “Atender no mínimo 4000 jovens até o final de 2018.”
  • Valores: “Comprometimento”; “Empatia”; “Respeito à diversidade”.

Para isso, é importante que todos da organização estejam alinhados em relação à atuação desta e se identifiquem com a mesma.

4. Estruturação interna

O último passo na elaboração do Plano de Negócios será a criação de uma estrutura de gestão que faça sentido para a estratégia pretendida pela organização. Aqui deverão ser criadas as áreas internas, assim como seus objetivos e atividades e a estruturação do organograma.

É importante salientar que os passos citados acima fazem referência ao necessário para criação de uma estrutura de gestão viável, sem levar em conta a parte jurídica, que é indispensável na criação de uma organização. Além disso, cada passo representa um resumo de como deve ser pensada a estrutura de um Plano de Negócios, porém é fundamental ressaltar que cada organização é única e que esses passos podem vir a variar de acordo com a necessidade de cada uma.

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