Prestar contas de uma organização do terceiro setor é reunir documentos e informações que possibilitem analisar sua gestão administrativa, conforme as leis e o Estatuto que a instituiu. A prestação de contas para uma Organização não Governamental é a premissa básica a ser cumprida em busca da credibilidade face aos beneficiários, além de garantir sua sustentabilidade financeira. No entanto, por se tratar do terceiro setor, a prestação de contas de uma ONG não recai apenas sobre os beneficiários, mas sim sobre a sociedade como um todo e possíveis financiadores, portanto precisa ser de fácil acesso e clareza ao entendimento dos interessados. A partir do momento que uma organização, seja ela fundação ou associação, gera dúvidas, sua credibilidade está em risco e, nesse sentido, a prestação de contas é essencial. Neste texto iremos abordar ferramentas de prestação de contas, tais como o orçamento e softwares de gestão.

O orçamento é uma maneira de garantir a transparência. Pode ser caracterizado como um guia financeiro para a entidade, mas não pode ser muito rígido, pois sua situação financeira pode mudar muito rapidamente. Tem como função executar um planejamento de todos os gastos, investimentos e despesas fixas, e a partir de um balanço com o fluxo de caixa é possível observar a conjuntura atual da organização e verificar se os resultados estão dentro do esperado. Ademais, é imprescindível que seja o mais detalhado e atualizado possível, assegurando que todos os itens que gerem despesa estejam nele, desse modo, a organização não fica a mercê de imprevistos.

Além disso, é recomendável um método de contabilidade de caixa que meça a variação de arrecadação, despesa e investimentos, refletindo toda e qualquer mudança na ONG como projetos e campanhas, e que avalie o ano fiscal de janeiro a dezembro. Outrossim, as análises do resultado devem ser executadas mensalmente, para assim, conhecer as variações de gastos e captação de recursos e descobrir os melhores períodos do ano para equilibrar as contas da instituição. Nessa perspectiva, são indicadas ferramentas tecnológicas como softwares de gestão e planilhas, para facilitar a organização e entendimento.

Normalmente, os softwares de gestão comuns medem apenas resultados de déficit e superávit, portanto, podem não ser suficientes para uma organização do terceiro setor, já que esta possui diversas peculiaridades as quais devem ser abrangidas. Torna-se fundamental para que as equipes financeiras possam obter resultados sólidos, o monitoramento correto do desempenho de cada projeto ou programa, acompanhamento de orçamentos e correta prestação de contas, demonstrando alto nível de transparência para essas organizações.​ A plataforma “Encomato”, por exemplo, foi desenhada especificamente para ONG’s, é flexível o bastante para satisfazer a necessidade de diversas audiências: membros do conselho, auditores, financiadores, equipe interna, público em geral, além de todo o controle financeiro da instituição.

Vale ressaltar também que a captação de recursos de uma organização do terceiro setor é um de seus maiores desafios, e nesse sentido, um grande divisor de águas é sua profissionalização, ou seja, uma ONG que possui um planejamento orçamentário detalhado e organizado ganha mais notoriedade comparado a uma que não o possui.

Portanto, em um mundo cada vez mais digital, qualquer deslize ou ação que indique irresponsabilidade por parte das organizações da sociedade civil na gestão de suas finanças, pode rapidamente abalar a reputação da instituição. Por conseguinte, através da transparência, ferramentas de prestação de contas garantem a idoneidade e a conquista da legitimidade frente aos stakeholders da entidade.

Join the discussion One Comment

Comentários